Ouro em Hilux: Veja os principais pontos da decisão que manteve preso empresário flagrado com 103 kg de ouro em RR
06/08/2025
(Foto: Reprodução) Empresário e casado com blogueira: quem é o suspeito preso com barras de ouro
A Justiça Federal em Roraima decretou a prisão preventiva de Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, flagrado com 103 kg de ouro escondidos em compartimentos de uma Hilux. A decisão foi proferida nesta terça-feira (5) durante audiência de custódia conduzida pelo juiz federal Victor Oliveira de Queiroz, da 4ª Vara Federal Criminal.
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Maior apreensão da história: PRF apreende 103 kg de ouro avaliados em mais de R$ 60 milhões
Veja os principais pontos da decisão que manteve Bruno Mendes preso.
💰 Apreensão recorde
O juiz destacou que o caso trata da maior apreensão de ouro no Brasil. O ouro apreendido é avaliado em R$ 61 milhões. Durante a fiscalização, os agentes identificaram sinais de manipulação recente no painel do carro. A caminhonete foi levada ao pátio da PRF, onde o kit multimídia foi removido.
"Trata-se da maior apreensão de ouro em mais de dois anos no Estado de Roraima – 103kg, com valor estimado em 60 milhões de reais. A expressividade da lesão ao patrimônio federal demonstra a gravidade concreta da conduta praticada pelo custodiado, a impor ao Poder Judiciário o dever de resguardar a ordem pública, através da decretação da prisão preventiva", destacou o juiz na decisão.
❌ Prisão preventiva decretada
Na decisão, o juiz afirmou ser necessário manter Bruno preso para garantir a ordem pública, diante da gravidade do caso. Para o juiz, manter Bruno preso é "garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal". A defesa pediu liberdade com medidas cautelares, mas o pedido foi negado.
O juiz avalia que, se solto, o investigado poderia continuar praticando crimes da mesma natureza. A prisão é vista como um "freio necessário".
“Não se pode conceber como natural o transporte de elevadíssimo montante de minério, especialmente em regiões alcançadas por terras indígenas, que continuam a serem saqueadas por criminosos [...] A conduta praticada pelo flagranteado vulnera a ordem pública, revelando-se altamente reprovável".
📱 Acesso ao celular autorizado
O magistrado autorizou a quebra de sigilo telefônico do investigado. Com isso, a Polícia Federal terá acesso aos dados do celular de Bruno. A decisão também inclui mídias e arquivos armazenados em nuvem e o juiz levou em conta a "falta de colaboração" de Bruno com as investigações.
"Consoante se verifica dos autos, especialmente diante da ausência de colaboração do investigado, é fundamental apurar em detalhes todas as circunstâncias dessa prática ilícita, para garantir a completa elucidação dos fatos e a responsabilização de todos os envolvidos. Para tanto, o acesso aos dados armazenados no celular apreendido com o autuado BRUNO MENDES DE JESUS é medida necessária não apenas para confirmar a extensão do seu envolvimento, mas também para identificar outros possíveis integrantes de rede criminosa que facilita o transporte e comércio ilegal de minério da União".
🕵️♂️ Indícios de crimes graves
Além da usurpação de bem da União, há indícios de lavagem de capitais e atuação em organização criminosa.
"Em verdade, o transporte dessa quantidade de minério extrapola a incriminação decorrente da Lei 8.176/91, havendo indícios de lavagem de capitais e/ou atuação de organizações criminosas que utilizam interpostas pessoas para a prática delitiva".
🤐 Falta de colaboração
Bruno permaneceu em silêncio durante a abordagem e não apresentou justificativas sobre a origem ou destino do ouro.
"É de rigor concluir, portanto, pela ocorrência de efetivo perigo decorrente da liberdade do agente, que mesmo acompanhado de familiares, decidiu empreender no crime, transportando grande quantidade de minério. Não se pode descurar, ainda, a ausência de colaboração do investigado com as autoridades, não revelando a origem ou destino do minério que carregava consigo. Assim sendo, não resta outra alternativa, no presente caso, senão a decretação da prisão preventiva".
Maior apreensão de ouro da PRF no Brasil
Os 103 kg de ouro apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com um empresário de 30 anos em Roraima estavam divididos em barras. No total, os agentes encontraram 145 barras grandes escondidas em um fundo falso no painel de uma caminhonete Hilux. A apreensão foi feita nesta segunda-feira (4), em Boa Vista.
🚓 Durante a fiscalização, os agentes identificaram sinais de manipulação recente no painel do carro. A caminhonete foi levada ao pátio da PRF, onde o kit multimídia foi removido. No compartimento atrás do painel, foi localizado o fundo falso com 145 barras grandes de ouro e outras 60 barras pequenas. Também foram encontradas pedras do minério no porta-objetos.
A defesa de Bruno Mendes afirmou que o empresário é "trabalhador" que atua no "setor mineral".
"Trata-se de trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa de sobrevivência", disse, por meio de nota, a defesa de Bruno.
O suspeito tem uma empresa varejista de artigos de vestuário e acessórios que leva o nome dele e fica localizada no bairro Lagoa, em Porto Velho, conforme cadastro na Receita Federal.
Quando foi abordado pela PRF, disse ser fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para verificar uma construção, mas não soube informar o nome ou o endereço da obra que seria fiscalizada. A Hilux usada por ele está em nome da AJL Construções, empresa do Amazonas.
Apreensão de barras de ouro soma 104 kg em Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR
Barras de ouro foram encontradas escondidas no painel de uma Toyota Hilux, em Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR
Momento em que ouro é tirado do carro por agentes da PRF
Reprodução
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