Ex-delegado e advogados suspeitos de fraudar INSS e aplicar golpes em venezuelanos são alvos de operação da PF, em RR
24/04/2025
(Foto: Reprodução) Ex-delegado da Polícia Civil, Marcello Renault e oito advogados especializados em conseguir benefícios para venezuelanos em Roraima foram alvos. R$ 16 milhões em bens foram bloqueados. PF mira suspeitos de fraudes no INSS em Roraima
Reprodução/Instagram e PF
O ex-delegado da Polícia Civil, Marcello Renault e oito advogados são alvos de operação da Polícia Federal (PF) por suspeita de integrar um grupo criminoso que aplicava golpes previdenciários em venezuelanos que vivem em Roraima e fraudar o INSS. A operação acontece em Boa Vista e em Pacaraima, município na fronteira com a Venezuela, e cumpre 14 mandados de busca e apreensão.
✅ Acesse o canal do g1 Roraima no WhatsApp
A Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor aproximado de R$ 16 milhões.
Marcello Renault atua como advogado e, além disso, é professor efetivo da Universidade Estadual de Roraima (UERR). Em 2012, ele foi exonerado da Polícia Civil por falsidade ideológica e corrupção. À época, ele negociou a fiança de um agricultor em troca de um motor de luz e uma motosserra.
O g1 procurou Marcello, mas não foi respondido até a última atualização desta matéria. A reportagem procurou a UERR, questionou se há o interesse em se posicionar e aguarda resposta.
A Polícia Civil, por meio de nota, afirmou que Marcello exerceu a função de delegado de polícia, mas foi demitido em 3 de julho de 2012, por decisão administrativa, após a conclusão de Processo Administrativo Disciplinar. Destacou que ele não pertence aos "quadros da instituição, nem como delegado em atividade nem como aposentado".
A Operação Cessatio, como foi batizada, investiga os chamados "golpes do INSS". O grupo é suspeito de fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas) que é pago a venezuelanos em Roraima.
Fraude no INSS: como descobrir se você teve valores descontados e o que fazer; passo a passo
De acordo com as apurações, agenciadores cooptavam idosos venezuelanos no país vizinho, falsificando documentos e cadastros governamentais para garantir o acesso ao BPC-Loas. Em seguida, muitos dos beneficiários retornavam à Venezuela, continuando a receber o benefício indevidamente.
De acordo com a PF, também foram deferidas, pelo poder judiciário, "medidas cautelares diversas da prisão em desfavor de alguns investigados, consistente na suspensão de atividade de natureza econômica".
Também foram recebidas denúncias acerca de beneficiários de programas sociais que não residiriam no Brasil.
As investigações tiveram início a partir de informações apuradas na Operação Ataktos, deflagrada em outubro de 2024. Foram identificados elementos indicando a atuação de diversos grupos criminosos organizados e independentes, que atuavam na obtenção fraudulenta do benefício assistencial.
Essa é a sexta operação deflagrada pela PF em Roraima com o objetivo de combater fraudes na concessão de Benefício Assistencial pago pelo INSS.
Aposentados foram 'vítimas fáceis' de criminosos que se apropriaram benefícios do INSS, diz Lewandowski
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.